segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Como será o Bitcoin no futuro?

De onde surgiu a moeda livre de associação com governos?

 Não se deixe enganar pelas brincadeiras e ar de futurismo, a bitcoin já deixou de ser “item nerd” para “unidade de contagem” na Alemanha, onde já é possível pagar pela sua cerveja usando Bitcoins.


Em uma Europa apertada com a crise econômica, houve até quem investisse a grana da herança convertendo-a na nova moeda digital. Felizmente, foi uma ótima sacada. Heidi Leyton,entrevistada pelo Guardian, explica que esses herdeiros, que são conhecidos seus, conseguiram transformar 30 mil dinheiros em 600 mil dinheiros em um período de cerca de 3 anos e meio ao investir em Bitcoins.

 Dinheiro Independente

 A grande bandeira da Bitcoin é ser uma moeda que independe de controle governamental e que permite transações “semi-anônimas”. As taxas atreladas à Bitcoin são baixíssimas, no geral associadas a casas de câmbio, mas o seu valor de mercado atual é bem alto – a cotação no sitePreev mostra que 1 Bitcoin (abreviado como BTC) equivale a 123 dólares.
A moeda digital teria sido criada por um programador de nome Satoshi Nakamoto, mas a história do seu surgimento lembra muito filmes de ficção científica. Depois de trazer esse bem para o mundo (mesmo que virtual), Satoshi simplesmente desapareceu, se tornando completamente irrastreável na rede – tanto que perguntar se você é Satoshi Nakamoto é uma piada nerd comumente respondida com “não, mas se fosse, também não diria”.
A identidade de Satoshi à parte, apresenta como uma solução para o problema financeiro do mundo moderno, já que se trata de uma moeda que não precisa se apoiar na confiança – de governos, de bancos, da estabilidade política – mas sim em provas criptográficas, e que tem o potencial de se tornar uma moeda global. Assim, surgia a ideia de uma moeda virtual em que as transações são irreversíveis e é garantida a idoneidade da transferência através de segurança criptográfica. Com um complexo algoritmo matemático, Bitcoins são geradas de forma limitada.
É preciso o esforço de máquinas que resolvem complexos problemas e produzem a moeda, em um processo conhecido como mineração, uma alusão ao esforço dedicado das máquinas para obter o dinheiro virtual.

Com isso, as transações financeiras se tornam basicamente uma troca de bits. Uma quantidade de bits passa de um lado para o outro, com uma autorização criptografada do proprietário, e pronto, você se torna um feliz proprietário de algumas Bitcoins. Rápido, prático, com um processo verificável, já que o número de Bitcoins gerada é limitada e de conhecimento público, e sem precisar se preocupar com estabilidade política ou econômica do país que regula a moeda, já que ele não existe.

 Submundo da Moeda

 Dado o caráter anônimo das transações, a Bitcoin é bastante usada para quem trabalha no âmbito ilegal da internet. Na deep web, os pagamentos para compra de drogas e solicitações ilegais, como de assassinos de aluguel, é sempre feito via Bitcoins. Afinal, nenhum criminoso quer ser pego oferecendo seus serviços na web e a Bitcoin oferece o anonimato para essas transações. Boa ou má moeda? Associada a drogas e atividades ilícitas; anônima; sem regulamentação governamental. Tudo isso faz com que a Bitcoin pareça a moeda do caos, mas não é esse o caso. Inteligentemente criada para que pudesse ser verificada publicamente, através do poder de processamento das máquinas envolvidas na mineração, a Bitcoin se preocupa em manter os seus princípios básicos de transação instantânea e independência política.


O valor de um Bitcoin, no entanto, é bastante variável, e a moeda teve picos de valorização nos últimos meses, chamando a atenção de economistas. Hoje em dia, 1 Bitcoin equivale a cerca de 120 dólares, mas em momentos de alta, um Bitcoin já chegou a valer 146 dólares, um salto vertiginoso se comparado aos 13 dólares que valia no começo deste ano. Apesar de toda a teoria interessante, na prática a Bitcoin ainda enfrenta alguns desafios.
O primeiro deles é que a compra é complicada, feita por poucas empresas e de uma forma que não passa segurança para muita gente. Não é possível fazer pagamentos por cartão de crédito, já que esse é um tipo de transação que pode ser cancelada ou suspensa pela operadora, o que causaria um problema grave dentro do funcionamento da Bitcoin, que não permite “desfazer” operações financeiras – depois de transferido, um punhado de Bitcoins só pode ser estornado, por assim dizer, se o outro lado tiver a bondade de autorizar o retorno do valor.
Outro desafio é aumentar a disseminação da moeda para diversos segmentos, em especial os dentro da legalidade, para tirar o estigma de “moeda corrente da deep web”. Pouco a pouco, mais estabelecimentos e prestadores de serviços passam a aceitar pagamentos em Bitcoins, mas a adoção ainda é vagarosa, em especial pelo caráter “marginal” da moeda, que muita gente acredita ser modinha. Outros apostam em uma bolha, que pode desvalorizar o dinheiro investido sem precisar prestar contas a ninguém.
Enquanto isso, os governos tentam se antecipar ao problema e encontrar meios de regulamentar essa moeda, que fica posando de rebelde das leis de mercado.


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